A Obesidade
O Stedman’s Medical Dictionary (2000) define doença como: 1º. Interrupção, cessação, ou desordem na função corporal, sistêmica ou orgânica; 2º. Uma entidade mórbida caracterizada usualmente por pelo menos dois dos três critérios: agentes etiológicos reconhecidos; grupo de sinais e sintomas identificados; ou consistentes alterações anatômicas; 3º. Literalmente, doença é o oposto de saúde, onde algo está errado na função corporal.
A obesidade claramente se encaixa na definição acima, sendo reconhecida oficialmente como doença desde 1985. Marti e Martinez (2001) definem obesidade como uma condição patológica acompanhada por acúmulo excessivo de gordura quando comparada com valores previstos para dada estatura, gênero e idade. Conway & René (2004) categoricamente afirmam que a obesidade é uma doença complexa de etiologia multifacetada, com sua própria fisiopatologia, comorbidades e capacidades desabilitantes. Aceitar a obesidade como uma doença é fundamental para o seu tratamento.
O tecido adiposo atualmente é um dos principais focos das pesquisas em obesidade, a partir de uma revolução no entendimento da função biológica desse tecido desde a última década. As diferentes respostas aos diversos tratamentos da obesidade podem estar relacionadas com as características celulares do tecido adiposo. O tecido adiposo está localizado em diversos sítios anatômicos (depósitos múltiplos), que coletivamente foram chamados por Cinti (1999) como órgão adiposo. É composto por dois compartimentos principais: subcutâneo (anterior e posterior) e por diversos depósitos viscerais, porém, existem ainda depósitos adiposos especializados como linfonodos, adipócitos mamários e células-mãe da medula óssea.
É importante considerar que existe uma grande especialização fisiológica e heterogeneidade de células adiposas dependendo da localização do tecido. O órgão adiposo é composto por dois citotipos funcionalmente distintos – o tecido adiposo marrom (TAM) e o tecido adiposo branco (TAB).
Em decorrência de estudos recentes (últimos 12 anos), com a descoberta da propriedade do TAB de secretar substâncias com importantes efeitos biológicos, grande importância foi atribuída ao seu papel endócrino. Desde então, um novo conceito sobre a função biológica desse tecido vem amadurecendo, consolidando a ideia de ele não ser apenas um mero estocador de energia, um protetor mecânico e/ou um regulador da temperatura corporal, mas sim um órgão dinâmico envolvido em uma variada gama de processos metabólicos e fisiológicos que serão abordados a seguir.
Essencialmente, a obesidade é um desequilíbrio dos sistemas reguladores do peso corpóreo para o qual contribuem fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Ela resulta da ingestão de calorias acima das necessidades para as atividades normais do indivíduo. Para fins práticos, considerasse obesa a pessoa com 20% ou mais acima do peso considerado normal para sua altura, de acordo com tabelas de peso muito difundidas. Em contrapartida, o índice de massa corpórea é melhor para se estimar a extensão da obesidade. Esse índice é determinado dividindo-se o peso em kg pelo quadrado da altura em metro. O valor normal é de 20 a 25. O índice de massa corpórea também é muito usado para avaliar o estado de desnutrição.
Nos países desenvolvidos a obesidade é mais frequente do que todas as deficiências alimentares somadas. Em adultos, a obesidade geralmente se deve a um aumento na quantidade de triglicerídeos depositados em cada adipócito unilocular, sem que exista aumento no número de adipócitos. As calorias dos alimentos não gastas nas atividades físicas da pessoa são depositadas nas células adiposas uniloculares.
Os obesos, principalmente os com tecido adiposo localizado na região abdominal, são mais propensos a doenças articulares, hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose, infarto do miocárdio e isquemia cerebral. A obesidade é um distúrbio altamente prejudicial ao organismo. Em geral, torna mais breve a vida da pessoa e prejudica muito a qualidade de vida.
REFERÊNCIAS:
PRADO, Wagner Luiz; LOFRANO, Mara Cristina; OYAMA, Lila Missae; DÂMASO, Ana Raimunda. Obesidade e Adipocinas Inflamatórias: Implicações Práticas para a Prescrição de Exercício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte – Vol. 15, No 5 – Set/Out, 2009.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José; Histologia Básica: Tecido Adiposo. Guanabara Koogan. 12º edição. 2013.
http://www.interne.com.br/novidades/images/stories/artigos/gordura-infertilidade27-3.jpg
O Stedman’s Medical Dictionary (2000) define doença como: 1º. Interrupção, cessação, ou desordem na função corporal, sistêmica ou orgânica; 2º. Uma entidade mórbida caracterizada usualmente por pelo menos dois dos três critérios: agentes etiológicos reconhecidos; grupo de sinais e sintomas identificados; ou consistentes alterações anatômicas; 3º. Literalmente, doença é o oposto de saúde, onde algo está errado na função corporal.
A obesidade claramente se encaixa na definição acima, sendo reconhecida oficialmente como doença desde 1985. Marti e Martinez (2001) definem obesidade como uma condição patológica acompanhada por acúmulo excessivo de gordura quando comparada com valores previstos para dada estatura, gênero e idade. Conway & René (2004) categoricamente afirmam que a obesidade é uma doença complexa de etiologia multifacetada, com sua própria fisiopatologia, comorbidades e capacidades desabilitantes. Aceitar a obesidade como uma doença é fundamental para o seu tratamento.
O tecido adiposo atualmente é um dos principais focos das pesquisas em obesidade, a partir de uma revolução no entendimento da função biológica desse tecido desde a última década. As diferentes respostas aos diversos tratamentos da obesidade podem estar relacionadas com as características celulares do tecido adiposo. O tecido adiposo está localizado em diversos sítios anatômicos (depósitos múltiplos), que coletivamente foram chamados por Cinti (1999) como órgão adiposo. É composto por dois compartimentos principais: subcutâneo (anterior e posterior) e por diversos depósitos viscerais, porém, existem ainda depósitos adiposos especializados como linfonodos, adipócitos mamários e células-mãe da medula óssea.
É importante considerar que existe uma grande especialização fisiológica e heterogeneidade de células adiposas dependendo da localização do tecido. O órgão adiposo é composto por dois citotipos funcionalmente distintos – o tecido adiposo marrom (TAM) e o tecido adiposo branco (TAB).
Em decorrência de estudos recentes (últimos 12 anos), com a descoberta da propriedade do TAB de secretar substâncias com importantes efeitos biológicos, grande importância foi atribuída ao seu papel endócrino. Desde então, um novo conceito sobre a função biológica desse tecido vem amadurecendo, consolidando a ideia de ele não ser apenas um mero estocador de energia, um protetor mecânico e/ou um regulador da temperatura corporal, mas sim um órgão dinâmico envolvido em uma variada gama de processos metabólicos e fisiológicos que serão abordados a seguir.
Essencialmente, a obesidade é um desequilíbrio dos sistemas reguladores do peso corpóreo para o qual contribuem fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Ela resulta da ingestão de calorias acima das necessidades para as atividades normais do indivíduo. Para fins práticos, considerasse obesa a pessoa com 20% ou mais acima do peso considerado normal para sua altura, de acordo com tabelas de peso muito difundidas. Em contrapartida, o índice de massa corpórea é melhor para se estimar a extensão da obesidade. Esse índice é determinado dividindo-se o peso em kg pelo quadrado da altura em metro. O valor normal é de 20 a 25. O índice de massa corpórea também é muito usado para avaliar o estado de desnutrição.
Nos países desenvolvidos a obesidade é mais frequente do que todas as deficiências alimentares somadas. Em adultos, a obesidade geralmente se deve a um aumento na quantidade de triglicerídeos depositados em cada adipócito unilocular, sem que exista aumento no número de adipócitos. As calorias dos alimentos não gastas nas atividades físicas da pessoa são depositadas nas células adiposas uniloculares.
Os obesos, principalmente os com tecido adiposo localizado na região abdominal, são mais propensos a doenças articulares, hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose, infarto do miocárdio e isquemia cerebral. A obesidade é um distúrbio altamente prejudicial ao organismo. Em geral, torna mais breve a vida da pessoa e prejudica muito a qualidade de vida.
REFERÊNCIAS:
PRADO, Wagner Luiz; LOFRANO, Mara Cristina; OYAMA, Lila Missae; DÂMASO, Ana Raimunda. Obesidade e Adipocinas Inflamatórias: Implicações Práticas para a Prescrição de Exercício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte – Vol. 15, No 5 – Set/Out, 2009.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José; Histologia Básica: Tecido Adiposo. Guanabara Koogan. 12º edição. 2013.
http://www.interne.com.br/novidades/images/stories/artigos/gordura-infertilidade27-3.jpg
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